MOUNT ASPIRING NATIONAL PARK

É um dos mais espetaculares parques, devido à suas montanhas e Vales, situado no nordeste Otago e Sul Westland; tem várias paisagens diferentes; campos, glaciares, cachoeiras, rios, bosques e montanhas.

O Mount Aspiring tem 3.027 metros de altura e é o mais importante da região. O parque foi criado em 1964. Em 1990 o parque foi declarado Patrimônio da Humanidade.

Maiores informações:
Wanaka Visitor Center
Ardmore Street
Fax: 443-9238
Fone:443-1233

WANAKA

Wanaka é a cidade de entrada do parque. Tem apenas 1.500 habitantes, mas está se transformando, como Queenstown, num bom lugar para prática de esportes de ação (canoagem, pesca, caminhadas, ski, kayak, trekking com cavalos, mountain bike, paraglyde, rafting, alpinismo, rockclimbing, vôos panorâmicos, paraquedismo....

A cidade está situada nas margens do lago Wanaka e tem várias áreas verdes, bom camping (Wanaka motor camping) alguns hotéis e restaurantes, os preços são iguais ao de Queestown. Tem um astral bem legal a cidade e é um ponto de encontro de bikes que estão viajando pela N.Z.

Para maiores informações:

Informações e reservas
99 Ardmore Street
Fone:443-7414
Fax: 443-9434
Informações e reservas
99 Ardmore Street
Fone: 443-9422
Fax: 443-8876

O guia Lonely Planet "Travel Survival Kit New Zealand", tem todos os hotéis, restaurantes, camping e com preço atualizado de tudo.

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Depois de dois dias de viagem, chegamos a Wanaka em um lindo dia de sol, logo encontramos com Fabio e Carol, que disseram ter pego uma forte tempestade de chuva e vento, que fez algumas barracas voarem no camping de Mount Cook.

Como o tempo estava bom, resolvemos ir conhecer o Valey de Matukitu e o parque Mount Aspiring. Fabio e Carol foram de bus e nós de "super magrela". Levamos dois dias para chegar. Apesar de não ser longe, a estrada não era boa e tinha um vento forte contra.

O caminho é lindo. Bosques, montanhas e um belíssimo lago azul transparente ao lado da estrada por vários quilômetros.

Quando chegamos ao Valey de Matukitu, meus olhos encheram de tanta beleza: montanhas altas, um rio verde garrafa de guaraná, cachoeiras e muitas árvores. Não dá para descrever, você precisa ver isto de perto.

A estrada segue até o Aspiring Hut, mas nós resolvemos parar no Cascade Hut, que era menor e mais aconchegante (tinha até uma lareira). Nosso plano era de fazer um Bivac (dormir ao relento somente com o saco de dormir), no Cascade Saddle. Para isto tínhamos que subir 1100 metros montanha acima. Mas antes tínhamos que saber a previsão do tempo para não pegarmos nenhuma mudança brusca lá em cima, ainda mais sem a barraca. Vimos o carro do parque voltando. Resolvi parar para saber se sabiam da previsão do tempo. Para minha surpresa, Fabio e Carol estavam pegando carona no carro do parque. Fabio desceu e se despediu de mim. Iria pegar um ônibus para a West Cost e não nos veriámos mais por um bom tempo. Talvez somente no Nepal daqui uns 7 meses. Ele falou que iria me deixar uma lembrança no camping. Fiquei curioso para saber o que seria. Imaginei mil coisas mas quando voltei não encontrei nada. O que será que aconteceu?

No Aspiring Hut tinha rádio e fomos saber com mais precisão qual era a previsão: chuva a noite, chuva de manhã e sol a tarde. Difícil acreditar, porque o céu estava azul por vários dias, mas a previsão do tempo aqui na N.Z. nunca falha. É até ridícula: diz a hora que vai chover e a hora que vai parar. Não deu outra: a noite começou a esfriar e chover até o outro dia. Agora o difícil era acreditar que iria parar de chover, mas como a previsão nunca erra (é igualzinha a do Brasil).

Resolvemos arrumar nossas coisas e sair caminhando. A subida no começo era dentro de um bosque. Depois de 2 horas começou a parte das pedras, subir pelas pedras até o topo. Levamos mais 2 horas até lá em cima. Tinha bastante neve e a vista era de deixar o queixo caído: big montanhas ao redor com muita neve, o Mount Aspiring ao fundo, uma cachoeira belíssima e o Vale de Matukitu e seu lindo rio. Tiramos várias fotos. Bem no topo, encontramos um alemão acampando sozinho a 10 dias. Estava por aquelas montanhas, caminhando e escalando. O frio começou a pegar e eu e Cris corremos para o saco de dormir e o alemão para sua barraca. Amanheceu com bastante nebulosidade, mas resolvemos esperar até que a visão do Vale estivesse boa. Depois de 2 horas apareceu o céu azul. Resolvemos explorar uma montanha vizinha e subimos pela neve até o topo. Que visão magnífica! Queria ficar ali por mais um dia, mas levamos somente o necessário para não ter muito peso nas mochilas e a comida era para uma noite apenas. Voltamos parando a toda hora para despedir daquela visão. Fazia a alma encher de boas energias. Descemos rápido e ficamos mais um dia no Cascade Hut planejando a próxima trip: pegar a estrada para a West Cost.

Cada vez mais estou gostando desta história de subir montanhas e ver o mundo lá de cima. A paisagem sempre é impressionante e estou gostando também da idéia de dormir somente com o saco de dormir para ver as noites estreladas. Estou pensando em fazer um curso de escalada na neve quando eu chegar no Nepal. Deve ser mais barato por lá e as montanhas são as mais impressionantes da terra.

29 de janeiro, o dia do pé esquerdo.

Na noite anterior, combinei com a Cris que sairíamos bem cedo (6hs), devido ao calor e sol muito forte que está fazendo aqui. Amanheceu o dia, acordamos cedo, arrumamos as bagagens e eu fui verificar se não havia nenhum fax para mim. Como meu escritório em Ubatuba ficou de mandar algo importante, eu resolvi telefonar para saber se havia algum problema. Aí começou o problema: o pessoal tinha uma mensagem importante mas o fax do camping não aceitou o sinal. Decidi saber o que era por telefone, mas a pessoa não se encontrava mais. Esperei. Quando consegui, fiquei sabendo que tinha alguns pepinos não solucionados em uma recém-obra que fiz para um amigo. Resolvi usar meu cartão de crédito para ligar, mas não consegui, não aceitaram minha senha. Tentei um fax; mas mudaram o número. Depois de 2 horas ligando para vários escritórios do meu cartão para ver qual era o problema com minha senha. Sem resultado liguei só para experimentar a cobrar. Deu certo, meu amigo atendeu mas foi a cobrar [Ed: Pô Marcelo, não precisava tudo isso].

Acabei saindo ao meio dia. Cris foi antes para não pegar o sol. Andei uns 10 km e os aros da minha roda começaram a quebrar. Treze no total por excesso de comida. Antes era excesso de tralha, mas acabei dando de presente um monte delas.

Bom, Cris estava na minha frente a 1hora ou mais, resolvi mandar um recado para ela parar e me esperar, porque eu precisava voltar para Wanaka para arrumar a bike. Mas nenhum carro parava, parecia que estavam vendo uma assombração. E um dia antes, pedir carona foi tão fácil. Depois de muito custo, parei 2 bikes que para completar o saldo do dia, eram alemães e não falavam nenhuma palavra em inglês. Pergutaram se eu falava alemão. Em um país que todo mundo fala inglês foram parar 2 que não falam. Comecei a rir da minha sorte. Bom, com muito sacrifício, eles entenderam "Brazilian Boy + Bad Bike".

Não era muita informação, mas Cris saiu sabendo que eu tinha algum problema na bike (outro que consegui arrumar). Fui andando devagar, empurrando as vezes e encontrei os tais alemães com as bicicletas sem roda, com problemas também. Era o meu dia de azar sem dúvida. Tentei novamente parar um carro. Algo aconteceu e o carro parou. Wntendiam inglês, entenderam o que eu queria e foram embora.. Aí fiquei pensando, será que vai dar certo? Tudo está dando errado! Daqui um km, vou encontrar o carro quebrado também. Fiquei na dúvida mas resolvi ir andando devagar. Eu precisava encontrar a Cris antes de voltar para Wanaka de carona, porque eu estava com a barraca, o fogão, toda a comida e ela não tinha muita coisa para passar a noite.

O calor pegou e eu não encontrava mais nenhum riozinho para beber água. Vários kms a frente encontrei uma aguinha e mais a frente ví uma árvore. Aí lembrei de 1 lata de leite moça que eu carregava. Não estou com tanto azar! achei água, sombra e vou devorar sozinho a lata de leite moça. Quando cheguei mais perto da sombra, encontro Cris me esperando, morta de fome. Na mesma hora um vento forte contra a minha direção, começou a soprar. Realmente aquele não era um dia de sorte, acampamos num camping e aí as coisas melhoraram. Conheci um artista havaiano, mucho loco que me deu café, frutas e me levou de carona até Wanaka.

Dias depois, a bike da Cris quebrou. E uma chuva fina caiu por 2 dias. Isso tudo no caminho de Wanaka para Haast. Depois de tudo solucionado, chegamos em Haast. É o começo da West Cost. Cris teve problemas nos joelhos e não poderá mais viajar de bike. Resolvi deixar a bike em Haast e ir para Christchurch fazermos uma última caminhada juntos.

CHRISTCHURCH, 8 de Fevereiro. Carnaval na N.Z.

Estávamos em Haast para começar a West Cost quando Cris teve problemas nos seus joelhos e não conseguiu mais andar de bike. Decidiu que iria pegar um ônibus, o West Cost Bus. Têm vários ônibus na Nova Zelândia para pessoas que estão viajando e desejam pagar menos e conhecer várias cidades. Este ônibus faz 6 escalas com pernoite e se você quizer ficar em alguma destas escalas você pode, porque dali 2 dias passa outro para te pegar e você não paga nada por isto. Então para me despedir da Cris, resolvemos fazer a última balada juntos na Banks Península. Saímos de Haast às 9:00hs para pegar carona. Não ficamos mais que 15 minutos esperando e um suíço nos levou até a rodovia. Christchurch está a uns 500 km de Haast, do outro lado da Ilha Sul. Descemos da primeira carona e, como estava um calor bravo, resolvi comprar 2 litros de sorvete para esperar pela próxima. Achávamos que levaríamos 2 dias para chegar. Não deu para dar a primeira colherada no sorvete e parou um cara indo para Christchurch não deu para acreditar.

Chegamos às 6hs da tarde. A cidade super bonita, com casas de estilo inglês, bondinhos, bonitos parques, museus... .Corremos para um Backpacker (hotéis mais baratos para mochileiros, têm tudo: cozinha, lavanderia, salão de jogos, TV, sala de vídeos, painel de recados, dicas das coisas para se fazer compras, comer...). Bom, no outro dia pegamos outra carona para Akanoa, cidade em estilo françês, bem bonita, às margens do Pacífico. Descobrimos que para fazer as caminhadas na Banks Península, eu teria que pagar 120 dólares porque era um parque privado. Não tenho fundos para isto. Resolvemos voltar para Christchurch. Sabíamos que era carnaval no Brasil. No segundo dia ficamos imaginando a Praça Castro Alves, o Rio de Janeiro, Olinda... Mas quando chegamos em Christchurch todas os Backpackers estavam lotados. Caminhamos uns 3 km até um camping. No caminho, passamos por um complexo de Arte e Museu e teria um show de mambo dali uma hora e era de graça. Decidimos esperar. Não deu para acreditar, as primeiras palavras do apresentador foram que naquele dia era carnaval no Brasil e logo começou a tocar "Segura o tchan" e várias músicas brasileiras e o parque todo começou a dançar, como se dança na Bahia, com coreografia e tudo. Várias vezes falavam no Brasil, tinha até pessoas fantasiadas, umas alegorias em verde e amarelo.

Dançamos a noite inteira e no fim perguntamos para pessoal da banda se eram do Brasil. Somente o percursionista era. Se casou com uma Neozelandeza e estava morando aqui fazia uns 10 anos. Diz que tem mais uns 20 brasileiros que estudam em Christchurch e vários chilenos que nos tempos do regime militar do Chile fugiram para cá.

No final descobri que tem um programa na cidade com músicas brasileiras e latinas e resolveram nos entrevistar para este programa. O Neozelandez é bem parecido com jeitão brasileiro: adora beber cerveja, dançar e fazer churrasco. São muito inovadores em suas atividades e modo de vida. Cada vez mais acho este país maravilhoso para se viver.

A VIDA NA ESTRADA

Agora que passei a viver nas estradas e que carrego comigo minhas coisas e minha casa e "um pedaço do Brasil" também, começei a observar que muita gente resolveu sair com sua casa ambulante para ter uma vida diferente. Conheci neste pouco tempo pessoas vivendo em motorhomes, traillers, viajando de bike, moto ou carro, por anos. Na N.Z. é muito comum encontrar pessoas com idade entre 60 e70 anos que se aposentaram, alugaram a casa onde viviam, compraram um motorhome e passaram a viver nele. Entrei em alguns. Têm até aqueles que, ao invés de comprar, fizeram artesanalmente o seu, bem parecido com uma casa com lareira e tudo. São pessoas comuns mas que amam viajar e conhecer lugares novos e olhar pela janela e ver uma paisagem nova de tempos em tempos.

Outro dia conheci um casal. A mulher tinha 70 anos e o senhor beirava os 80. Estavam viajando a anos de bike. Não levavam quase nada, mas pedalavam sempre.

Estou para encontrar um amigo, o Kenny, que encontrei em uma estrada do Chile a 4 anos atrás, ele está viajando a quase 10 anos de bike, barco, cavalo.... Outro dia encontrei uma canadense de 60 anos que deixou a família no Canadá (filhos) e está a 5 anos nesta vida e a 1 ano viaja de bike. Se você sonha com isso a anos e acha que é apenas um sonho distante, não desanime. Eu também achava, mas resolvi andar em direção a este sonho. Começei a guardar dinheiro (pouco por mês). Aluguei minha casa e estou tentando viver como estas pessoas. Tenho conhecido lugares muito especiais e pessoas especiais também.

Esta história de andar de bike é um modo interessante de viajar (bem devagar) e você pode ver e conhecer melhor os lugares. É muito barata a vida. Tenho gasto uma média de 15 US$ por dia. Mas a N.Z. é um país caro, quando eu chegar na Indonésia, espero que vá ser bem menos.

Você não precisa ser rico para fazer isto. Aliás não tem ninguém com muito dinheiro viajando assim. Tem que querer e fazer algo em direção ao seu sonho. Acredite no seu sonho e lute por ele. Nos criamos para nós mesmos uma infinidade de amarras que parecem impossíveis de soltar. Mas lembre-se, você é quem criou isto. E você pode cortar também.

Desculpe o papo cabeça, mas recebo vários e-mails de gente dizendo que gostaria de estar fazendo o mesmo, mas algo não deixa. Eu e as pessoas que conheci também tínhamos o mesmo problema, mas algo mais forte dentro delas fez com que lutassem pelos seus sonhos.

Boa sorte amigo, eu sei que você [..] tudo na vida; já dizia Itamar Assunção.

CHRISTCHURCH

Está situada no meio do caminho entre Kaikoura e Timaru, na ilha Sul. Tem uma população de 300 mil habitantes e é a mais inglesa das cidades da N.Z. Possui vários edifícios antigos, que são de arquitetura neogótica inglesa. Em 1851 os primeiros ingleses chegaram e o nome CHRIST CHURCH vêm do colégio CHRIST CHURCH COLLEGE OXFORD, um importante colégio da região. A cidade é muito rica culturalmente: possui museu, galerias de arte, teatro, cinemas e sempre rolam shows ao ar livre nos parques. Tem vários artistas locais exibindo sua arte nas ruas ou em pequenas galerias.

É uma cidade bonita, limpa com muitos bosques e rios. Você pode até alugar uma canoa e sair navegando pela cidade. Um bondinho faz um tour antigo. Tem vários passeios interessantes tipo visitar: Cathedral Square, Cantebury Museun, Robert McDougall Art Gallery, Air Force Museum, Ferrymead Historic Park, Botanic Garden, International Antartic Center,Christchurch Gondola, Wildlife Reserve; Swimming e Surfing, Queen Elizabeth II Park.

Maiores informções:

Fone: 379-9629 Visitor Center

Fax: 377-2424 ( Está na Worcester St, perto da Cathedral, é um bom lugar para pegar informações da região e pelo guia Lonely Planet Survival kit New Zeland.

O International Antartic Center, é perto do aeroporto na Orchard RD. É um grande complexo que mostra os programas na Antártica da N.Z., US e Itália. Exibe vídeos, fotos e na primeira sala o visitante tem a experiência simulada de várias estações como o da Aurora Boreal até o inverno.


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