INSTITUTO DE PERMACULTURA E ECOVILAS DA MATA ATLÂNTICA
O IPEMA

SERVIÇOS

CURSOS & OFICINAS
CONTATE-NOS

O dilema da carne

Não é de hoje que a relação entre o consumo de carne e a devastação de florestas gera polêmica. Mas o assunto voltou à tona com o apelo de Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, o painel internacional de cientistas que estuda as mudanças climáticas. Ele pediu que as pessoas comam menos carne. E admitiu que essa era uma recomendação que o IPCC tinha medo de fazer anteriormente.

Esse tipo de alimento é um dos que mais consome recursos em sua produção.

Estima-se que uma dieta baseada em carne gasta entre duas e quatro vezes mais terra que a vegetariana. Afinal, além do espaço ocupado pelo gado, é preciso plantar para que ele coma. No mundo, cerca de 16% dos cereais e um terço da pesca são usados para fazer a ração animal. A pecuária também é acusada de ser um motores do desmatamento da Amazônia: a floresta é cortada para dar lugar a pastos. O IPCC, a cúpula de cientistas que estuda as mudanças climáticas, já pediu que as pessoas comam menos carne e, claro, causou polêmica.

O jornal canadense “Globe and Mail” questionou quais seriam os motivos do medo de Pachauri: seria a pressão do lobby do agronegócio? O próprio jornal reconheceu que poucos políticos teriam coragem de defender o vegetarianismo. Justamente por causa da reação da mídia e de quem prega o direito de comer o que bem entender.

Questionar o consumo de carne não é tarefa fácil. Há quem defenda que ele fez parte da evolução da nossa moral. Segundo o especialista em primatas Frans de Waal, o alicerce do nosso hábito de compartilhar – seja a ceia de natal com a família ou a esmola que damos no semáforo – vem do nosso gosto pela carne. Explica-se. Tantos humanos quanto seus parentes mais próximos, os chimpanzés, aprenderam a compartilhar ao dividir a caça. E isso só faz sentido com a carne, difícil de conseguir e muito grande para ser consumida por um só indivíduo. Os vegetais eram encontrados em abundância, eram fáceis de coletar e “sob medida” para cada pessoa. “Se o gosto por carne realmente tiver sido alicerce do compartilhamento, fica difícil escapar à conclusão de que a moralidade humana é impregnada de sangue”, diz De Waal em seu livro “Eu primata.”

Parece que o hábito de comer carne está mais enraizado na nossa natureza do que pensávamos. Notícia indigesta em tempos de aquecimento global.

 

Saiba mais sobre a relação entre o consumo de carne e devastação na matéria “Parar de comer carne pode salvar a Amazônia?”.


A emisão de gases produzido pela vaca ajuda a aquecer o planeta, só perde em emisão de Co2 para as emisões dos carros e para as queimadas.

(Marcela Buscato) artigo do Blog do Planeta.
http://www.blogdoplaneta.globolog.com.br/

 

Cursos e Oficinas...........................