ESTAREMOS
A PARTIR DE AGORA COLOCANDO TEXTOS SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL PARA ESTARMOS
BEM INFORMADOS DAS CONSEQUÊNCIAS QUE O ESTILO DE VIDA DE NOSSA CIVILIZAÇÃO
VEM CAUSANDO AO PLANETA E AS CONSEQUÊNCUIAS QUE IRÃO DIFICULTAR
NOSSA PERMANÊNCIA E DE OUTROS SERES VIVOS NA TERRA
.
Climas
futuros e sombrios
Agência
FAPESP - O quarto relatório do Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês),
cuja primeira parte foi divulgada na semana passada, em Paris, destaca
haver “90% de probabilidade” de o homem ser o responsável
pelas mudanças climáticas no planeta. E que o cenário
tende a piorar bastante.Para pesquisadores brasileiros que trabalharam
na produção do relatório, que reuniu cerca de 2,5
mil cientistas de 130 países, a grande novidade do documento é
a intensificação dos extremos climáticos. Ou seja,
chuva violentas alternadas com longas secas, ondas de calor, furacões
e outros exemplos de um clima cada vez mais radical.
Maiores
informações:
http://www.revistapesquisa.fapesp.br.
Aquecimento
global já pode ser sentido
Desde a criação, a Terra sempre esteve em constantes mudanças
de temperatura, em ciclos de milhares de anos de aquecimento e glaciação
causados por fenômenos naturais. A partir da Revolução
Industrial, o planeta passou a enfrentar uma nova realidade: a mudança
de temperatura causada pelo homem através da poluição.
Este problema começou a ser sentido nos microclimas, com o aumento
da temperatura nos grandes centros urbanos e mais recentemente no macroclima,
com o aumento do nível do mar, uma ameaça em escala global
que pode causar escassez de alimentos e graves problemas sociais.
São
vários os fatores, apontados por ecologistas e cientistas, que provocam
essas mudanças climáticas, tais como o efeito estufa, buraco
na camada de ozônio, poluição atmosférica e
aumento na produção de gás carbônico. A principal
conseqüência é o aquecimento do clima da Terra, provocando
o aumento da temperatura dos oceanos e o derretimento das geleiras. Entre
previsões apocalípticas e a realidade há uma grande
distância, já que as projeções com modelos matemáticos
levam em conta diferentes variáveis, mas o fato é que o planeta
está ficando mais quente e o nível do mar está subindo.
Os
níveis da água do mar
Um dos trabalhos mais respeitados pela comunidade científica é
o do pesquisador Bruce Douglas, chamado Global Sea Level Rise, publicado
no Journal of Geophysical Research em abril de 1991. Douglas fez um estudo
sobre as tendências dos níveis marítimos com modelos
de cálculo, levando em conta a reação dos continentes
em degelo. Um efeito que deve ser considerado é que a crosta terrestre
também tem movimentos verticais e ao ocorrer o derretimento de gelo,
acontece uma redistribuição de massa no interior dos continentes.
Desta forma, quando a crosta "sobe", o nível do mar "desce"
em relação a ela.
Os dados apresentados
por Bruce Douglas levam em consideração as variações
locais, nas proximidades das terras em degelo, e as variações
globais. Segundo o cientista, há uma elevação de nível
do mar em termos globais de 1,8 milímetros por ano, com desvio padrão
de 0,8 milímetros. Outro dado importante é fornecido pelo
IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Chance, sigla em inglês),
que indica um aumento de 10 a 20 centímetros no nível médio
global dos oceanos no século XX.
No Brasil, há
trabalhos publicados pelo Instituto Oceanográfico da USP que confirmam
o aumento do Oceano Atlântico na costa brasileira. Nas medições
feitas em Cananéia, no litoral sul do estado de São Paulo,
desde o ano de 1955 até 1990, foi calculada uma taxa de elevação
de 4,1 milímetros por ano. Em outro relatório, do Instituto
Oceanográfico, feito na cidade de Santos, entre 1944 e 1989, ocorreu
uma elevação média de 1,1 milímetros por ano,
segundo Joseph Harari, um dos autores das duas publicações.
Nas medições
e cálculos das médias de elevação, é
importante levar em consideração os efeitos locais (erosão,
atividades humanas, engenharia e ocupações) e o efeito global,
que é o aquecimento do planeta. Também existem variações
temporais do nível do mar que podem influir nos números de
longos períodos.
Um caso que mistura
os fatores regional e global é o aumento do nível da água
em Veneza, na Itália. Nos últimos 100 anos o nível
do mar subiu 30 centímetros, uma preocupação para
os habitantes e as autoridades em uma cidade que vive do turismo e tem
vários edifícios históricos. Segundo as informações
de Bruce Douglas, o mar do Mediterrâneo sobe em média 1,4
milímetros por ano, o que indicaria a elevação global
do aquecimento da Terra. Mas Veneza também tem influências
locais importantes, como a construção de um aeroporto com
retirada de água subterrânea e compactação do
solo, abaixamento da crosta e subida relativa do mar.
O derretimento do
gelo
O fenômeno do derretimento das geleiras acontece no Pólo Norte
e no Pólo Sul. O mais preocupante com relação ao aumento
do nível global dos oceanos é o derretimento das camadas
de gelo na Antártica, no Pólo Sul, porque as geleiras estão
sobre um continente enquanto o gelo do Pólo Norte está sobre
a água. A Antártica reúne cerca de 90% de todo o gelo
da Terra e, segundo projeções do IPCC, se todo este gelo
fosse derretido o mar subiria 60 metros.
É preocupante
também o derretimento das geleiras montanhosas. A água que
desce das montanhas contribui para aumentar o nível do mar. Nos
últimos 30 anos, o derretimento do gelo das montanhas está
sendo verificado em vários continentes, nos Andes, nos Alpes e nos
EUA.
As geleiras existentes
sobre os continentes do Hemisfério Norte tem grande influência
no aumento das águas, segundo informações de cientistas
nos EUA publicadas na revista Science. De acordo com esse estudo, as geleiras
de montanhas no Alasca derreteram mais rápido nos últimos
cinco anos do que nas últimas quatro décadas e contribuíram
em 9% na elevação do nível do mar nos últimos
50 anos. De acordo com esses cálculos, a cada ano o derretimento
das geleiras no Alasca eleva em 0,02 milímetros o nível dos
oceanos, mais do que em qualquer outra região glacial. Somente a
Geleira Malaspina perde 2,7 quilômetros cúbicos de água
por ano.
No Hemisfério
Sul também se constata o derretimento do gelo. Na ilha Rei George,
do arquipélago das Ilhas Shetland, cerca de 7% da área coberta
de gelo foi perdida nos últimos 50 anos, com aumento da temperatura
em 1,03 graus centígrados. O Brasil coleta informações
meteorológicas na Antártica através de imagens de
satélites, monitoradas pelo Laboratório de Pesquisas Antárticas
e Glaciológicas (Lapag) do Departamento de Geografia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Há dados que apontam um aumento de
temperatura, desprendimento de icebergs e recolhimento das geleiras. Pesquisas
de outros países como o Canadá e os Estados Unidos, apontam
um aumento de 2 a 2,5 graus centígrados na temperatura da península
norte da Antártica.
Efeitos
na ilha Rei George
do ano de 1956- 2000 Redução da Calota de gelo 65 km2
Altas
temperaturas
O primeiro semestre do ano de 2002 foi o segundo mais quente nos últimos
150 anos, desde quando começaram as medições pelo
escritório de Meteorologia do Reino Unido. A temperatura média
global de 2002 pode bater o recorde até o final do ano e ultrapassar
a do ano de 1998. Pesquisas usando modelos numéricos indicam mudanças
na temperatura causadas pelo efeito estufa que concentram mais energia
na atmosfera, como um "cobertor" sobre o planeta. Há projeções
que apontam dados bastantes catastróficos levando em conta os níveis
atuais de emissão de gás carbônico na atmosfera, com
resultados como a desertificação.
Um exemplo de probabilidade
catastrófica foi calculado no Hadley Centre no Reino Unido e apresentado
em julho na cidade de Manaus, numa conferência científica
sobre a biosfera. Segundo essas previsões, no ano de 2050, o super
aquecimento da Terra causado pela emissão de gases, irá provocar
um desequilíbrio ecológico na Floresta Amazônica, que
morreria asfixiada. Isso porque as altas temperaturas aumentariam o número
de microorganismos no solo, que passariam a emitir um excesso de dióxido
de carbono contribuindo para aumentar o efeito estufa.
Aquecimento
Global
Entenda o Aquecimento
Global, Efeito Estufa, conseqüências, aumento da temperatura
mundial, degelo das calotas polares, gases poluentes, Protocolo de Quioto,
furacões, cliclones, desertos, clima
Introdução
Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas
as catástrofes climáticas e as mudanças que estão
ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viu mudanças
tão rápidas e com efeitos devastadores como tem ocorrido
nos últimos anos.
A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados,
ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número
de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e
destruição em várias regiões do planeta e as
calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço
dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando
tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento
global está relacionado a todos estes acontecimentos.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está
ocorrendo em função do aumento de poluentes, principalmente
de gases derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina,
diesel etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, gás carbônico
e monóxido de carbono, principalmente) formam uma camada de poluentes,
de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. O
desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para
este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera.
Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o
resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno
ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica
suas conseqüências em nível global.
Conseqüências do aquecimento global
- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no
mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar
o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente,
a submersão de muitas cidades litorâneas;
- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca
a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando
vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente
em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos),
a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas
em nosso planeta;
- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura
faz com que ocorra maior evaporação das águas dos
oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com
as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado
uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos
e crianças.
http://www.suapesquisa.com/geografia/aquecimento_global.htm
O
planeta terra está esquentando!
Os dias mais quentes foram registrados durante esta última década.
A previsão é de que até o ano de 2100 as temperaturas
estarão destinadas a aumentarem até seis graus, o que poderia
trazer conseqüências devastadoras.
Os cientistas dizem que alguns fenômenos naturais como erupções
vulcânicas possuem um efeito temporário sobre o clima. Porém,
afirmam também que o clima está sofrendo mudanças
por causa do aquecimento global.
Qual
a causa do aquecimento da terra?
Em
geral, é a liberação de gases e vapores produzidos
através de queimadas nas matas, poluição provocada
por carros e industrias, que são os grandes culpados disso tudo.
Com isso eles destroem “camada de Ozônio“ que tem a função
de proteger a terra dos raios solares. Com a destruição dessa
camada a terra fica mais exposta ao sol, e conseqüentemente, a temperatura
aumenta.
Quando o sol esquenta a terra, alguns gases da atmosfera atuam como um
vidro de uma estufa, absorvendo o calor e conservando o planeta quente
o suficiente para manter a vida na terra. O problema acontece devido às
concentrações excessivas dos “gases estufa” que
isolam a terra evitando que o calor escape, o que faz com que a temperatura
do planeta aumente assustadoramente.
Que conseqüências
o aquecimento da Terra pode provocar?
Alguns
cientistas calculam um aumento de seis graus centígrados durante
este século.
Se isso acontecer, as conseqüências em 2050 seriam catastróficas.
As geleiras (calotas polares) derreterão e com isso o nível
do mar subirá causando inundações colocando em risco
a vida da população das zonas costeiras, inclusive as grandes
cidades; grandes alterações climáticas, em relação
às chuvas e secas, provocando muitos prejuízos a agricultura;
o avanço do deserto através da Europa; terremotos; ondas
gigantescas (Tsunamis, como aconteceu recentemente na Ásia). E ainda,
a falta de água mundial, o que significa o fim, já que sem
a água, não há vida na terra. Estes são apenas
alguns dos desastres que poderiam acontecer.
Existe
algo a fazer?
Para
reverter os efeitos do aquecimento global é preciso reduzir a quantidade
de carbono e de outros gases químicos destruidores lançados
na atmosfera em todo o mundo.
o mundo.
Em 1997, a ONU (Organização das Nações Unidas)
lançou o tratado de Kioto, assinado no Japão. Este tratado
obriga legalmente a todas as nações industrializadas a diminuir
em 5, 2%, entre 2008 e 2012, o lançamento dos gases estufa na atmosfera.
Porém, os Estados Unidos, responsável por cerca de 30% de
todos os poluentes lançados na atmosfera, não assinaram o
protocolo. O pior, é que talvez nem os países que assinaram
consigam cumprir as metas de diminuição.
Os gases lançados na atmosfera podem permanecer por lá durante
um ou mais séculos. Para que houvesse uma mudança significativa,
deveria haver uma diminuição de 60% desses gases lançados.
O aquecimento global, não é um problema individual. É
preciso haver logo uma conscientização da população
mundial para que ainda se possa fazer algo. É uma luta contra o
tempo, como se uma “bomba do tempo” estivesse ativada, correndo
o risco de explodir a qualquer momento
Brasil
precisa de planejamento ambiental:
Envolverde/Agência
Chasque
Porto
Alegre - A bióloga Luíza Chomenko, do Museu de Ciências
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul,
avalia que o governo brasileiro deve iniciar rapidamente um acompanhamento
da fauna e da flora do país, a fim de detectar as mudanças
que o aumento de temperaturas pode provocar. Só assim, segundo Luíza,
os governos poderão planejar medidas para evitar efeitos mais nocivos
ao meio ambiente e, conseqüentemente, ao homem.
"A
mudança do clima vai mudar tua fauna e tua flora, e assim a tua
oferta de alimentos, a tua demanda, entrando em um retrocesso sem limite.
Isso é importantíssimo e deveríamos ter estudos sobre
isso, mas não temos", analisa Luíza.
De
acordo com o relatório "Mudança Climática 2007",
divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), a temperatura global deve aumentar entre 1,8ºC e 4ºC
até o final deste século. A elevação das temperaturas
ocasionará o degelo das calotas polares e o aumento do nível
do mar, atingindo inicialmente as cidades costeiras e litorâneas.
No
entanto, os pesquisadores ressaltam que no Brasil, o aquecimento deve provocar
especialmente alterações nos chamados climas extremos, caracterizados
por pancadas de chuva violentas alternadas com longas secas, ondas de calor
e furacões. Na Amazônia e no Nordeste, a previsão é
de redução nos períodos de chuva, ocasionando mais
estiagens. Nas regiões Sul e Sudeste, aumentariam as enxurradas
e os temporais. Em ambos os cenários, haveria prejuízos para
a biodiversidade e para a agricultura.
No
caso específico do Rio Grande do Sul, que possui duas rotas grandes
de migração, o Pampa Gaúcho e a Lagoa dos Patos, o
aumento das temperaturas pode levar a danos irreparáveis na fauna
e na flora.
"No
momento em que tu tens essa mudança da temperatura, vamos ter o
desaparecimento de alguns hábitos e ecossistemas animais e vegetais.
Afinal, os animais estão acostumadas com uma determinada temperatura,
isso é o que está bom para eles. Isso, algumas espécies
talvez não sintam, mas outras espécies irão sofrer
com os efeitos do aquecimento que se tornará catastrófica
depois de um determinado tempo. O aquecimento provocará uma mudança
geográfica das espécies. O Rio Grande do Sul é uma
área de migração de aves", afirma a bióloga.
Dados
de entidades ambientalistas, como a WWF e o Greenpeace, mostram que 75%
das emissões de gases estufa no Brasil são originadas pelas
queimadas das matas nativas, principalmente da Amazônia. A combustão
dos combustíveis fósseis, como o petróleo, vem logo
em seguida.
Maiores
informações:
http://envolverde.ig.com.br/#
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fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e
esta nota seja incluída.Desenvolvido por AW4 Tecnologia
Planos
preventivos como os do Brasil podem impedir aquecimento global, avalia
MCT
Agência
Brasil
http://www3.atarde.com.br/brasil/interna.jsp?xsl=noticia.xsl&xml=NOTICIA/2007/02/07/1053054.xml
Se depender dos esforços
brasileiros, o cenário traçado pelo Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) para as mudanças
climáticas no planeta até o fim do século não
se concretizará, na avaliação do coordenador geral
de Mudanças Globais do Clima do Ministério de Ciência
e Tecnologia (MCT), José Domingos Miguez.
"O
Brasil é limpo, e a política é que (se) mantenha limpo",
diz Miguez, que também fez parte do grupo de pesquisadores do IPCC
que divulgou na semana passada o relatório. O documento prevê
o aquecimento climático da Terra em até 4 graus Celsius até
o fim deste século. "O Brasil tem um perfil muito limpo no
setor energético. A idéia é que aumente ainda mais
com biodiesel, com carvão vegetal."
De
acordo com Miguez, as previsões de aquecimento global do IPCC se
baseiam na premissa de que os países não implementem nenhuma
ação para combater o problema. “Eles [IPCC] não
supõem que os países tenham planos preventivos. É
um cenário futuro, caso nada seja feito”. O coordenador ressaltou
ainda que são perspectivas distantes, já que a previsão
deste cenário é para o ano de 2100.
O
Brasil é um dos países que faz parte do Protocolo de Quioto
(acordo internacional para reduzir a emissão de gases que provocam
o efeito estufa). Miguez lembra que vai praticamente quintuplicar o número
de projetos brasileiros participantes do chamado Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), estabelecido pelo acordo de Quioto.
Por
meio do MDL, as empresas dos países que têm metas de redução
das emissões de carbono podem financiar projetos ambientalmente
sustentáveis em países em desenvolvimento, de tal forma que
esse investimento gera créditos que substituem o que deveria ser
feito em seus próprios territórios. Hoje, segundo Miguez,
206 projetos brasileiros participam do MDL. Esse total deve chegar a mais
de 1.000 em 2012.
“O
Brasil precisa reduzir a emissão desses gases combatendo os desmatamentos
e queimadas. Nós somos diferentes dos países energéticos,
que têm como maior vilão a poluição com combustível
fóssil, por exemplo”, disse, em referência à
queima de derivados de petróleo e gás natural.
Hoje
(7) a Comissão Interministerial sobre Mudança Climática,
dirigida por Miguez, reuniu-se no MCT para discutir propostas do MDL para
2007.
Reportagem:
Unicamp
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/fevereiro2005/ju278pag12.html
Ao
mesmo tempo em que entrava em vigor o Protocolo de Kyoto, no último
dia 16 de fevereiro, pesquisadores da Embrapa Informática Agropecuária
e do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas
à Agricultura (Cepagri) da Unicamp concluíam uma pesquisa
pioneira sobre as conseqüências do aquecimento global, causado
pelo efeito estufa, para cinco importantes culturas agrícolas perenes
no Brasil. De acordo com o cenário traçado pelos especialistas,
café, arroz, feijão, milho e soja terão suas áreas
de cultivo reduzidas praticamente pela metade assim que a temperatura média
da Terra estiver 5,8 graus Celsius acima da atual, situação
prevista para ocorrer num prazo de 50 a 100 anos. O objetivo do trabalho,
que já está à disposição dos interessados
no site www.agritempo.gov.br/cthidro, é alertar as autoridades públicas
e a comunidade científica para a necessidade da adoção
de medidas que evitem o que pode vir a ser uma tragédia para a agricultura
e a economia do país.
O estudo foi dividido em duas partes. A primeira, concluída em meados
de 2003, cuidou apenas do café. O produto foi escolhido para iniciar
o trabalho em razão da sua importância econômica, pois
responde por cerca de 5% do PIB do agronegócio nacional (cerca de
R$ 20 bilhões), e porque faz uma espécie de representação
de outras culturas perenes. Na ocasião, os especialistas estabeleceram
um modelo de predição que permitiu projetar os possíveis
impactos das mudanças climáticas sobre aquele produto agrícola.
Foram considerados, para tanto, dados gerados por diversos organismos,
entre eles os próprios centros que coordenaram a pesquisa. Assim,
os cientistas analisaram informações como produtividade,
área plantada, tipo de solo, volume de chuvas, entre outras.
Foram utilizados, ainda, prognósticos feitos pelo Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima, cuja sigla em inglês
é IPCC. De acordo com o órgão, a temperatura média
da Terra deve aumentar até 5,8 graus Celsius entre os próximos
50 e 100 anos. Ressalte-se que, atualmente, já há pesquisadores
considerando esta previsão tímida. Cientistas da Universidade
de Oxford, na Inglaterra, falam em um aquecimento da ordem de até
11 graus Celsius no período. De toda forma, ao cruzarem os dados
elencados, os especialistas da Unicamp e da Embrapa conseguiram prever,
de forma gradual e por meio de mapas e gráficos, como o café
será afetado caso essas condições sejam confirmadas.
A conclusão não poderia ser mais preocupante. Conforme o
estudo, com a temperatura 5,8 graus Celsius mais quente do que a atual,
o café simplesmente desapareceria dos estados de São Paulo,
Minas Gerais e Goiás.
A tendência, conforme o diretor-associado do Cepagri, Hilton
Silveira Pinto, é que as plantações de café
sejam transferidas cada vez mais para o Sul. "Se as previsões
de aquecimento se confirmarem, no futuro nós vamos tomar café
produzido na Argentina", afirma. A migração deverá
ocorrer, diz o especialista, porque as plantas "buscarão"
uma espécie de equilíbrio climático em regiões
consideradas frias atualmente. Validado o modelo de predição
com o café, os pesquisadores passaram a analisar as demais culturas.
Infelizmente, os resultados das simulações foram igualmente
preocupantes. De acordo com o pesquisador da Embrapa Informática
e coordenador da pesquisa, Eduardo Assad, à medida que a ferramenta
simula uma elevação de temperatura, menor se torna a área
passível de cultivo desses produtos (confira mapas).
No caso do arroz, o acréscimo de apenas 1 grau Celsius na temperatura
do planeta faria com que a área cultivável, com plantio em
data adequada, caísse de 4,8 milhões para 4,6 milhões
de quilômetros quadrados. No pior dos cenários considerados,
com 5,8 graus Celsius a mais, a área seria reduzida para somente
3 milhões de quilômetros quadrados. Em relação
ao feijão, milho e soja, os resultados obtidos pelo estudo não
foram muito diferentes. De acordo com Assad, com a temperatura alcançando
o limite máximo tomado para análise, as áreas aptas
para a produção dessas culturas ficam drasticamente reduzidas,
algumas delas em mais de 50%, como o caso da soja, que passaria dos 3,4
milhões de quilômetros quadrados atuais para algo em torno
de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, quando plantada nas
datas mais adequadas. "Isso seria uma tragédia para o país,
pois traria importantes impactos econômicos e sociais", afirma
o pesquisador da Embrapa Informática.
Entenda-se como impactos econômicos e sociais a descapitalização
dos agricultores, o desabastecimento do mercado, a elevação
do preço dos produtos e o crescimento do desemprego em toda a cadeia
formada pelo agronegócio, apenas para ficar nos exemplos mais pronunciados.
Assad e Silveira Pinto destacam que esse tipo de predição
não é um mero exercício de futurologia. Concebida
com extremo rigor científico, a ferramenta constitui um valioso
instrumento para auxiliar no planejamento de ações com capacidade
de reverter ou pelo menos minimizar os problemas que podem advir do aquecimento
global. Para os especialistas, essas medidas têm basicamente dois
objetivos: a mitigação e a adaptabilidade, com maior ênfase
para esta última.
Na opinião de Assad, o Brasil não poderá prescindir
dos avanços proporcionados pela biotecnologia. A busca por plantas
mais resistentes ao calor, por exemplo, será condição
indispensável para que o país não tenha a sua produção
agrícola comprometida. "Possivelmente, a nossa melhor alternativa
estará nos organismos geneticamente modificados", arrisca.
A esta medida, acrescenta Silveira Pinto, deverão ser somadas outras,
como a substituição de culturas em determinadas regiões
e a ampliação da irrigação. O cenário
está traçado. Restam agora duas opções: enfrentar
os desafios com competência ou encarar os possíveis reflexos
do aquecimento do planeta como uma fatalidade. A pesquisa conjunta da Embrapa
e Cepagri consumiu cerca de R$ 250 mil. Os recursos vieram do fundo setorial
CT-Hidro/CNPq, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e
Finep, também vinculado ao MCT.
o protocolo de Kyoto
É um acordo internacional que estabelece metas de redução
de gases poluentes para os países industrializados. O protocolo
foi finalizado em 1997, baseado nos princípios do Tratado da ONU
sobre Mudanças Climáticas, de 1992.
Quais as metas?
Países industrializados se comprometeram em reduzir, até
2012, as suas emissões de dióxido de carbono a níveis
pelo menos 5% menores do que os que vigoravam em 1990. A meta de redução
varia de um signatário para outro. Os países da União
Européia, por exemplo, têm de cortar as emissões em
8%, enquanto o Japão se comprometeu com uma redução
de 5%. Alguns países que têm emissões baixas podem
até aumentá-las.
As metas estão sendo atingidas?
O total de emissões de dióxido de carbono caiu 3% entre 1990
e 2000. No entanto, a queda aconteceu principalmente por causa do declínio
econômico nas ex-repúblicas soviéticas e mascarou um
aumento de 8% nas emissões entre os países ricos. A ONU afirma
que os países industrializados estão fora da meta e prevê
para 2010 um aumento de 10% em relação a 1990. Segundo a
organização, apenas quatro países da União
Européia têm chance de atingir as metas.
Por que os Estados Unidos ficaram de fora do acordo?
O presidente George W. Bush retirou-se das negociações sobre
o protocolo em 2001, alegando que a sua implementação prejudicaria
a economia do país. O governo Bush considera o tratado “fatalmente
fracassado”. Um dos argumentos é que não há
exigência em relação aos países em desenvolvimento,
para que também diminuam suas emissões. Bush disse ser a
favor de reduções por meio de medidas voluntárias
e novas tecnologias no campo energético.
Kyoto vai fazer uma grande diferença?
A maioria dos cientistas que estudam o clima diz que as metas instituídas
em Kyoto apenas tocam a superfície do problema. O acordo visa a
reduzir as emissões nos países industrializados em 5%. É
praticamente consenso entre esses especialistas que, para evitar as piores
conseqüências das mudanças climáticas, seria preciso
uma redução de 60%. Os defensores do acordo dizem que o tratado
fez com que vários países transformassem em lei a meta de
reduções das emissões e que, sem o protocolo, políticos
e empresas tentando implementar medidas ecológicas teriam dificuldades
ainda maiores.
Qual a situação do Brasil e de outros países em desenvolvimento?
O acordo diz que os países em desenvolvimento, como o Brasil, são
os que menos contribuem para as mudanças climáticas e, no
entanto, tendem a ser os mais afetados pelos seus efeitos. Embora muitos
tenham aderido ao protocolo, países em desenvolvimento não
tiveram de se comprometer com metas específicas. Como signatários,
no entanto, eles precisam manter a ONU informada do seu nível de
emissões e buscar o desenvolvimento de estratégias para as
mudanças climáticas. Entre as grandes economias em desenvolvimento,
a China e Índia também ratificaram o protocolo.
O que é o comércio de emissões?
O comércio de emissões consiste em permitir que países
comprem e vendam cotas de emissões de gás carbônico.
Dessa forma, países que poluem muito podem comprar "créditos"
não usados por aqueles que geram pouca poluição. Depois
de muitas negociações, os países agora podem ganhar
créditos por atividades que aumentam a sua capacidade de absorver
carbono, como o plantio de árvores e a conservação
do solo.
No ar A entrada em vigor do Protocolo de Kyoto é uma boa iniciativa
contra os problemas causados pelo aquecimento global, mas não será
suficiente para erradicá-los. A opinião é do diretor-associado
do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas
à Agricultura (Cepagri), Hilton Silveira Pinto. Segundo ele, o acordo,
firmado por 141 países, sendo 30 industrializados, estabelece o
compromisso dos signatários em reduzir as emissões de CO2,
gás que contribui para o efeito estufa, em 5,2%, tendo como padrão
os níveis de 1990. A meta é alcançar o resultado no
período de 2008 a 2012. O especialista do Cepagri lembra, porém,
que as ações consideram apenas o que está por vir
e levam em conta um índice relativamente tímido. “Os
gases que já foram jogados na atmosfera continuarão produzindo
efeitos danosos ao clima. Além disso, 95% da carga poluidora permanecerá
sendo lançada no ar”, assinala.Outro aspecto que precisa ser
levado em consideração, adverte o pesquisador do Cepagri,
é o fato de os Estados Unidos, nação mais industrializada
do mundo, não ter aderido ao Protocolo de Kyoto. Sozinho, o país
do presidente George W. Bush responde por 25% do volume mundial de emissão
de CO2. "Isso significa que o acordo tem um alcance limitado e que
os países precisarão buscar alternativas adicionais para
reduzir o efeito estufa e impedir a progressão do aquecimento global.
O Brasil tem trilhado um bom caminho ao ampliar as pesquisas em torno dos
biocombustíveis. O álcool, por exemplo, pode ser uma boa
solução para o mundo", afirma.A negativa dos EUA em
aderir ao esforço mundial para o controle da poluição
está baseada, oficialmente, em argumentos econômicos. De acordo
com as autoridades norte-americanas, o país não pode prescindir
do crescimento, sustentado em grande parte por indústrias que emitem
gases prejudiciais à atmosfera. Mas existe quem defenda a tese de
que há um outro interesse por trás desta decisão.
Com o aquecimento do planeta, algumas regiões gélidas dos
EUA, que hoje não são agriculturáveis, poderiam vir
a ser. De qualquer maneira, ao não se tornar signatário do
documento, a pátria de Bush não só ficou dispensada
de reduzir suas emissões em 7%, como planeja ampliá-las em
35% até 2012. Escolha semelhante foi feita pela Austrália,
que também ficou de fora do grupo preocupado com as conseqüências
do aquecimento do planeta.
Saber mais:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0179/aberto/aquecimento.shtml
http://www.discoveryportugues.com/tormenta1/feature14.shtml
www.ecoambiental.com.br/mleft/aquecglobal.htm
www.comciencia.br/reportagens/clima/clima11.htm
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