IPEMA REALIZA LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO-AMBIENTAL NO SERTÃO DO UBATUMIRIM
Acima uma
pequena mostra da região, coberta de Mata Atlântica, bananais, mandiocais, gente
da terra e uma pequena produção de mudas já existente no local
O
IPEMA, em parceria com a ASSU - Associação Socioambientalista Somos Ubatuba, e a
SASU - Sociedade Amigos do Sertão de Ubatumirím, está realizando um levantamento
sócio-econômico-ambiental do Sertão do Ubatumirim como parte do projeto de
implantação de Viveiros Residenciais em regiões de Mata Atlântica.
Esse
levantamento surgiu da necessidade de diagnosticar a situação rural atual de
Ubatuba, previsto no Planejamento Estratégico dos Agronegócios da Agricultura
Familiar de Ubatuba e Região da Mata Atlântica, da Prefeitura Municipal e,
buscar dados para a comprovação da tradicionalidade da comunidade local.
O
Sertão do Ubatumirim se insere na tendência do Litoral Norte do Estado de São
Paulo - das últimas décadas - de expansão e especulação imobiliária, possui
inúmeros problemas fundiários devido à ausência de documentos legais de posse da
terra e da criação do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM). Neste contexto, a
característica do sistema de produção local se perde dando início a outras
formas de obtenção de renda.
Com a criação do Parque Estadual de Serra do
Mar (PESM) impõem-se limites à exploração e uso da região (cota 100m), os
agricultores que manejavam seus bananais com o método da coivara, se vêem presos
às áreas que exploravam no momento da criação do Parque, seja acima ou abaixo do
limite da Unidade de Conservação. Essas áreas em médio prazo perdem sua
fertilidade do solo conseqüentemente reduz-se a produção e a renda familiar,
além disto são obrigados em muitos casos a roçarem constantemente a regeneração
natural, antes que as espécies vegetais nativas atinjam um diâmetro superior à
5cm, inviabilizando a exploração florestal nestas pequenas áreas.
A Polícia
Florestal-ambiental recebeu recurso financeiro via PESM para o combate de
palmiteiros, extratores de areia ilegais entre outros manejos florestais também
ilegais. Porém, a população local possuía métodos de desenvolvimento e uso da
terra que muitas vezes se enquadravam nas ilegalidades ambientais. Muitos são os
casos onde a polícia florestal, tanto dentro como fora do parque, multava os
produtores devido ao corte de alguma árvore, de por fogo em alguma área, etc;
contudo não esclareciam os produtores sobre modos alternativos de exploração e
manejo do ambiente.
Como saída para estes eventos, muitos produtores
começaram a lotear suas propriedades, criando-se pequenos sítios/chácaras para
pessoas de centros urbanos formarem suas casas de veraneio, e como conseqüência
aumento de suas rendas. Outra saída é a utilização de manejos ilegais em áreas
do Parque (acima da cota 100m), onde dificilmente se consegue conhecer os
autores, pois essas áreas não possuem donos.
Dessa maneira, vai se ampliando
o abismo entre população e instituições governamentais, tornando cada vez mais
difícil o diálogo e o verdadeiro conhecimento das intenções das duas partes,
ficando cada vez mais longe um possível acordo para o desenvolvimento humano, no
entorno do Parque Estadual da Serra do Mar.
O IPEMA juntamente com
instituições associadas trabalha na busca de soluções que possam contribuir para
a melhoria da qualidade de vida da populaão local.
Participam desse
levantamento técnicos do IPEMA, membros do Grupo Agroecológico Yebá (UFLA-MG),
alunos da graduação da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG), Grupo
Agroecológico Apêti, além também de entidades ambientalistas, artistas plásticos
e outros.
Acima reunião com os
participantes do projeto junto a comunidade e uma "casa de
farinha"
Links relacionados:
ASSU: http://www.assu.org.br
Parque Estadual
da Serra do Mar - Núcleo Picinguaba
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